O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, um livro que marcou muito minha adolescência
" O essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração".
" Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Me tornei adulta com essas citações na cabeça, no coração, e por muito tempo o diálogo do Pequeno Príncipe e a Raposa despertava em mim pureza, amor, alegria... Criar laços.
Cada personagem do livro ainda me toca e continua a descoberta do que é importante na vida; o amor, a amizade, o criar laços, cativar, criar vínculos sinceros afetuosos...
Cada personagem do livro ainda me toca e continua a descoberta do que é importante na vida; o amor, a amizade, o criar laços, cativar, criar vínculos sinceros afetuosos...
O tempo passou, mas continuo com lembranças profundamente doces e sensíveis, que me faz dar um mergulho dentro de mim e ver uma estrela no céu sorrindo, ou a frase belíssima "Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
O nome do blog Cativar é para lembrar a criança que fomos um dia, refletir sobre o que é mesmo importante na vida e a forma como olhamos o mundo e as pessoas.
Gal Lira
Gal Lira
O Pequeno Príncipe
...E foi então que apareceu a raposa:
Bom dia, disse a raposa.
Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
Bom dia, disse a raposa.
Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
Quem és tu? perguntou o principezinho. tu és bem bonita...
Sou uma raposa, disse a raposa.
Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
Ah! desculpa, disse o principezinho.
Que quer dizer "cativar"?
É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.
Quem és tu? perguntou o principezinho. tu és bem bonita...
Sou uma raposa, disse a raposa.
Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
Ah! desculpa, disse o principezinho.
Que quer dizer "cativar"?
É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
...e disse a raposa:
Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as
galinhas se parecem e todos os homens se parecem também.
Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as
galinhas se parecem e todos os homens se parecem também.
E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.
Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros
passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo?
Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros
passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo?
Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma.
E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado.
E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado.
O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
Por favor...cativa-me! disse ela.
Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo.
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
Por favor...cativa-me! disse ela.
Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo.
Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas.
Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.
Se tu queres um amigo, cativa-me!
A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas.
Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.
Se tu queres um amigo, cativa-me!
Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada.
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada.
A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
Ah! Eu vou chorar.
A culpa é sua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
Quis, disse a raposa.
Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
Vou, disse a raposa.
Então, não sais lucrando nada!
Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Adeus, disse ele...
Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
Ah! Eu vou chorar.
A culpa é sua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
Quis, disse a raposa.
Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
Vou, disse a raposa.
Então, não sais lucrando nada!
Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Adeus, disse ele...
Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Texto extraído do livro "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry