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Pensamentos, Espiritualidade, Família,Cotidiano, Frases, Reflexão

sábado, 18 de abril de 2020


A Princesa e a ervilha



ERA UMA VEZ um príncipe que viajou pelo mundo inteiro à procura da princesa ideal para se casar. Tinha de ser linda e de sangue azul, uma verdadeira princesa!

Mas depois de muitos meses a viajar de país em país, o príncipe voltou para o seu reino, muito triste e abatido pois não tinha conseguido encontrar a princesa que se tornaria sua mulher.

Numa noite fria e escura de inverno, quando o príncipe já pensava ser impossível casar com uma princesa, houve uma terrível tempestade. No meio da tempestade, alguém bateu à porta do castelo. O velho rei intrigado foi abrir a porta. Qual não foi a sua surpresa ao ver uma bela menina completamente molhada da cabeça aos pés.

A menina disse: “poderei passar a noite aqui no seu castelo, senhor? Fui surpreendida pela tempestade enquanto viaja já de volta para o meu reino. Estou com fome e frio e não tenho onde ficar…”.

O rei desconfiado perguntou: Sois uma princesa? A princesa respondeu timidamente: “Sim, senhor”.

“Então entrai, pois seria imperdoável da minha parte deixar-vos lá fora numa noite como esta!” Respondeu o rei, não muito convencido de se tratar mesmo de uma princesa.

Enquanto a princesa se secava e mudava de roupa, o rei informou a rainha daquela visita inesperada. A rainha pôs-se a pensar e, com um sorriso matreiro, disse “vamos já descobrir se se trata de uma verdadeira princesa ou não…”.

A rainha subiu ao quarto de hóspedes onde ia ficar a princesa e, sem ninguém ver, tirou a roupa de cama e colocou por baixo do colchão uma ervilha. De seguida colocou por cima da cama mais vinte colchões e edredões e, finalmente, a roupa de cama.

Então, desceu a escadaria e dirigiu-se à princesa, apresentando-se, e dizendo amavelmente: Já pode subir e descansar. Amanhã falaremos com mais calma sobre a menina e o seu reino…

A princesa subiu e deitou-se naquela cama estranha que mais parecia uma montanha!

Na manhã seguinte, a princesa desceu para tomar o pequeno almoço. O rei e a rainha já estavam sentados à mesa. A princesa saudou os reis e sentou-se. Então a rainha perguntou: Como passou a noite, princesa?

A princesa respondeu: “Oh, a verdade é que não consegui dormir nada naquela cama tão incómoda… senti qualquer coisa no colchão que me incomodou toda a noite e deixou o meu corpo todo dorido!

O rei levantou-se e, muito ofendido, exclamou: “Impossível! Nunca nenhum convidado se queixou dos nossos excelentes colchões de penas!

Mas a rainha interrompe-o e disse com um sorriso: “Pode sim!” E explicou ao rei o que tinha feito para ver se realmente se tratava de uma princesa ou alguém a querer enganá-los.

A rainha levantou-se e disse a todos:” Só uma verdadeira princesa com uma pele tão sensível e delicada é capaz de sentir o incómodo de uma ervilha através de vinte colchões e edredões!”.

O rei e a rainha apresentaram a princesa ao seu filho o príncipe e ele, mal a viu, ficou logo perdido de amores.


Ao fim de alguns dias, o príncipe casou com a princesa, com a certeza de ter encontrado finalmente uma princesa verdadeira que há tanto tempo procurava.

A partir daquele dia, a ervilha passou a fazer parte das joias da coroa, para que todos se lembrassem da história da princesa ervilha.
O Coelhinho Pirracento

Vivia no bosque verde um coelhinho doce, meigo e macio, mas pirracento. Sempre que via algum animal do bosque tirava sarro dele. Um dia, quando estava sentado à sombra de uma árvore, aproximou-se dele um esquilo, e disse: Olá senhor coelho! O coelho não respondeu.

Olhou, mostrou a língua e saiu correndo. Que mal educado! Pensou o esquilo. A caminho da sua toca, o coelho encontrou um cervo, que também quis saudá-lo. Bom dia senhor coelho! De novo o coelho mostrou a língua ao cervo e saiu correndo.


Assim aconteceram várias vezes com todos os animais do bosque que o coelho encontrava pelo caminho.

Um dia todos os animais decidiram dar uma boa lição no coelho mal educado, e fizeram um acordo para que, quando algum deles visse o pirracento coelho, não o cumprimentasse. Iriam fazer como se não o tivessem visto.

E assim aconteceu. Nos dias seguintes todo mundo ignorou o coelho. Ninguém falava com ele, nem o saudava. Um dia, todos os animais do bosque organizaram uma festa e o coelho ouviu onde iriam celebrar e pensou em ir, mesmo não sendo convidado.

Naquela tarde, enquanto todos os animais se divertiam, apareceu o coelho no meio da festa. Todos fizeram de conta que não o tinham visto. O coelho, constrangido pela falta de atenção dos seus companheiros, decidiu ir embora com as orelhas baixas.

Os animais, com pena do coelho, decidiram ir até a sua toca e convidá-lo para a festa. Não sem antes fazê-lo prometer que nunca mais faria pirraça a nenhum dos animais do bosque. O coelho, muito contente, prometeu nunca mais pirraçar dos seus amiguinhos do bosque, e todos se divertiram muito na festa e viveram felizes para sempre.

FIM

Moral da estória: Procure nunca pirraçar seus pais, seus irmaos, nem amiguinhos.


A andorinha aventureira

Júlia era uma andorinha que adorava voar por aí, pular de galho em galho e cantar cedinho ao raiar do dia. Estava sempre feliz em acordar cedinho e ver papai e mamãe andorinha preparados para mais um dia de cantoria.

Mas não era só eles que ela gostava de ver, Júlia era uma exploradora e assim ia visitar os pássaros da vizinhança!

“Bom dia Seu Pintassilgo! Como vai o senhor?” Dizia Júlia sorridente. “Olá Rouxinol! Que lindo seu canto, Bem-te-vi!” E assim passava o dia a conversar e cantarolar com os outros pássaros.

“Júlia, a andorinha aventureira” era o que se ouvia os pássaros comentarem entre galhos e ramos.

Entre um piu-piu e outro Júlia acabou por conquistar toda a vizinhança, todos gostavam dela e sempre faziam festa quando a viam.

Assim passou-se a primavera, a brincar a a pular, o verão não foi muito diferente, Júlia batia as asas de um lado pro outro, quando o outono chegou Mamãe anunciou:

“Júlia minha filha, quando o frio estiver para chegar vamos migrar. Nós e todas as andorinhas vamos voar juntas, por muito tempo e vamos morar em um ninho novo em um lugar mais quente. Vai ser a sua primeira migração, você está feliz?”.

Mas Júlia não estava feliz, muito pelo contrário! Estava assustada e angustiada. Ela iria deixar seu ninho, suas árvores, e o pior, toda a passarada da vizinhança! E agora? O que ela iria fazer? Ela sentia muito medo e sabia que não queria migrar. Mas por mais que tentasse Júlia não conseguia convencer sua mamãe de que eles deveriam ficar.

“Júlia a andorinha aventureira está com medo?” Dizia sua mamãe “Ora, não tem porque não querer migrar, nós vamos todos juntos para um ninho novo, em um lugar melhor, longe do frio, e você vai fazer muitos amigos!”.

Júlia se despediu de todos os pássaros, dizendo que tinha que migrar com sua família, mas que ia sentir muitas saudades deles. O sábio Rouxinol disse à Júlia “Não precisa ficar triste, nossa querida andorinha! O inverno passa rápido, e antes do próximo verão você estará de volta!” Júlia ficou de bico calado, pensando se o sábio Rouxinol estaria mesmo certo.

E antes do primeiro vento-sul atingir o arvoredo, a comitiva de andorinhas bateu asas rumo ao norte, e com eles a pequena Júlia, esforçando-se para mostrar às outras andorinhas como ela conseguia voar bem e por tanto tempo.

Quando o grupo decidiu pousar, Júlia ficou acanhada, tentando se familiarizar com a nova árvore onde viveriam. Aos poucos ela decidiu explorar o galho, logo ela já queria explorar mais um galho, passeava observando tudo calada, quando de trás de uma folhagem surgiu um Uirapuru que cantou lindamente para ela e disse:

“Olá, olá! Que beleza receber as andorinhas de volta! Seja bem vinda, eu sou o Chico, e você?”

“Júlia. Você conhece as andorinhas?”

“Ah, sim. Elas vem pra cá todo ano.”

De repente eles foram interrompidos por um Tuim que fugia de uma Patativa.

“Olá!” Disse o Tuim “Vocês querem brincar? Nós estamos brincando de voa-esconde”.

E assim Júlia voltou a ser a andorinha aventureira que sempre foi, brincando com as outras aves da floresta, ela fez amigos para toda a vida. E sempre que migrava para o sul para passar o verão, Júlia reencontrava seus antigos vizinhos e assim matava a saudade!”